Sábado passado fui ver o John Legend. Adorei o concerto, primeiro porque há muitos anos que sou fã deste Senhor. Tem um timbre de voz que não precisa de bandas ou arranjos, é só ele o piano e chega. Este é um dos motivos porque adorei o concerto.
O segundo motivo, adorei porque me fez pensar; John aproveita do seu estatuto para fazer vários statements durante o seu espetáculo, o seu Amor pela filha, pela mulher, pela música e o Statement enquanto Homem Negro. E foi aqui que pensei o que já tinha pensado muitas vezes: uma coisa é ser negro ou preto na América ( é-me indiferente depende sempre de como se diz, mas isso sou eu) outra coisa é ser negro em Portugal. O racismo na América é toda uma dimensão que nunca na minha Pretitude sentirei. Aqui ainda não tenho de me preocupar em sair á rua e correr o risco de: ou ser perseguida pelo Ku Klux Klan ou levar um balázio da policia porque eu estava a tirar a carteira e a "cops" pensou que era uma arma. O tratamento no Brasil é igualmente preocupante.
Não vou dizer que em Portugal não há racismo, porque a quantidade de cocó que oiço ou leio nos meios de comunicação social ou nas redes sociais é prova que o racismo existe mas o pessoal tem muita vergonha de o admitir, exemplo muito suave disso é quando há uns quinze anitos não me conheciam mas falavam comigo pelo telefone e depois quando me conheciam em persona de caras comigo ficavam muito surpreendidos por ser preta (porque falava sem sotaque- wtf); ás vezes fico na dúvida quando entro num estabelecimento só com brancos, se os olhares são " eh la gira" ou se são mais uma de "Fonix agora tenho que levar com a preta" , claro que opto sempre por levar a primeira em conta; Porque sou gira! (Temos que ser positivos ou estaremos sempre zangados); outra muito gira que oiço é "vocês também são, principalmente uns para os outros" Como que a minorizar a situação, pois claro Meus amigos, não somos obrigados a gostar uns dos outros só porque somos pretos ok? Se me falam de gente estúpida que julga pela côr então é tudo igual, para MIM, claro!...E quando digo que sou da Amadora, a verborreia que oiço é de bradar aos céus, assunto que abordarei num outro post.
John Legend no final do concerto passa o video de uma manif com brancos e pretos com cartazes enormes com a frase " black lives matters" e eu pensei em Martin Luther King ( que também aparece nesse video) pensei no seu sonho tão mas ainda tão actual "..I have a dream.." e pensei que o slogan perfeito é " all lives matters ". .
Eu também sonho que a minha filha quando crescer não seja julgada pelo seu lindo tom de Pele..
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