Um pequeno desabafo de quem já está a ficar farta de pessoas, mesmo não lidando com pessoas e mesmo sentindo falta de pessoas.
Estão a notar algum bipolarismo nestas palavras? É assim o meu dia, num segundo gosto de pessoas, no outro, odeio pessoas.
Bom isto para vos contar, que enquanto me preparo para mais uma consulta de nutricionista, corro rapidamente as redes sociais, vendo informação muito importante para alguns, mas que para mim nada me diz.
Ora comecemos pelo Instagram:
1- Metade das nutricionistas que sigo estão grávidas do segundo filho.
O que quer isto dizer?
Tenho de perceber por que raio sigo tanta nutricionista se nem me dou ao trabalho de ver as dicas ou receitas?
E como assim grávidas ao mesmo tempo?
Será que falam umas com as outras para perceber qual é a melhor altura para engravidar? Sim porque os primogênitos têm todos a mesma idade.
Estou mesmo a imaginar a conversa:
“Maria Carolina em tempos de Covid e para criar mais conteúdo no nosso Instagram vamos fazer bebés?
É que a Maria Francisca já vai no terceiro e nós só agora estamos a planear o segundo!”
(Na minha cabeça metade das nutricionistas falam na terceira pessoa e chamam-se Marias)
2- Personal trainers a informarem das aulas “online”, “lives” e cenas… Não há escapatória possível ou fazemos e até agradecemos por isso ou nem sequer vamos ao Instagram.
enfim...
E o sushi???? Como que a esfregar-me na cara que estou de dieta, os “take away” de sushi com sushis e sashimi com um ar tão apetitoso…
Tenho a solução perfeita para todas minhas queixas acima.
Deixo de seguir tudo e todos e vou só seguir contas de gatinhos e cachorros bebés
Terapêutico? Não sei, vou pensar!
TikToks, o flagelo!
Porquê?
A minha filha tem TikTok e só a vejo esbracejar, parece que está a ter um ataque epilético, desculpem-me os mais sensíveis. Questiono-me porque gasto dinheiro para que ela tenha aulas de dança quando no TikTok se põe a atirar com os braços para o ar. Pior que a minha filha é ver adultos a brincar com aquilo.
COVID MORRE DE UMA VEZ, não estou a aguentar!
Facebook
1- Se o Instagram me aborrece pelos itens referidos, o Facebook é todo um outro nível.
Rede social onde as pessoas vão escrever cocó. Os contra vacina, os pró-vacina, os que não acreditam no Covid, os zangados com meio mundo por causa do Covid, os zangados com as pessoas e com o governo por causa do Covid, etc., etc., etc.
2- Não sei se é o do meu feed, mas quase a cada 3 post, vejo uma loja “online” a vender um fato de treino. Calma, agora os chamados conjuntos calça e camisola, mas que olhando clinicamente do alto dos meus 44 anos, não passam de fatos de treino.
Maltinha, eu sou do tempo dos fatos de treino de napa. Aqueles que faziam barulho ao andar com cores muito garridas. Eu tinha um verde água com uns azuis escuros e não é com muito orgulho que escrevo, usava aquilo com botas de borracha. O horror visual que invade as minhas memórias, está dividido em gargalhadas e vergonha alheia, quem nunca.
Estes são mais “fashion”, mas haverá necessidade de comprar um? Eu que uso vestidos ou neste período de quarentena umas calças que visto logo pela manhã para treinar para que no final do dia não tenha a tentação de praticar o “couching”?
Sim, podia comprar um destes:
Mas para quê? Para ir ao supermercado uma vez por semana? Só para mostrar às outras que estou em casa, mas que estou na moda? Mas, mostrar a quem? Eu não conheço ninguém! Ou simplesmente vou aproximar-me de uma senhora e dizer-lhe: “Então o que acha do meu outfit” ou “Olha temos um igual
Vá, quanto muito compraria este:
Mas acho, que usaria uma ou duas vezes, para ir ao supermercado ou naquele tempo que não sabes muito bem, se é Inverno, se é Primavera, e queres vestir qualquer coisa para ir ali comer um gelado, só não sei é quando.
Nota-se muito que estou um bocadinho farta do Covid?
Pronto, vamos todos cantar a Princesa do Gelo “já passou, já passou”
Para quem gosta de um humor meio cáustico e de dar umas gargalhadas, deixo aqui um podcast, cerca de 10 minutos cada episódio.
Este em particular, tira-nos umas risadas parecendo quase um episódio do Fernando Rocha, mas situação da vida real em tempos de covid:
Rebelião em Vila do Conde - Extremamente Desagradável
Máxima do dia: Temos que ser pacientes tal como o Bublé canta!
Sê paciente!
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