quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Be U e os ex’s...

Quando falo em ex, obrigatoriamente falo do pai da minha filha, meu namorado e marido durante uns bons anos. Já escrevi sobre este tema (o meu casamento) num post em que relatava o quanto dediquei a este relacionamento.
Adiante.
Não percebo aquelas pessoas que dizem ser amigas, quase melhores amigas dos seus ex’s. Talvez um ou outro, humano bonzinho, que não eu, o consiga fazer, mas para mim, ex é um ex. Pior mesmo é ser amiga da actual do ex. Às minhas amigas pergunto: “então problemas sexuais?”, “o gajo é bom na cama?”, “há quanto tempo não tens sexo?”. Quereria eu ter este tipo de conversas/perguntas e saber a resposta? Não percebo! Não vou ser inimiga e/ou uma “bitch”, mas não vou ser amiga. Vou ser educada, falar sobre o tempo, falar da nossa filha, evitar falar sobre dinheiro, mas não lhe vou perguntar “então, estás bem?”, “tens alguém?”, “és feliz?”, “vamos ali beber um café?”. Vou é falar da única pessoa que temos em comum, a nossa filha, ainda não sou tão evoluída nessa parte emocional, de todo! Dito isto, também com os outros ex’s, é um “olá” muito fugido, um “então, tudo bem?”, sem parar e sem olhar nos olhos, e um adeus. Não, não tenho medo de voltar atrás ou de ter uma recaída, é só porque é passado e se não deu certo, é porque não era para ser, admito ter aprendido esta minha máxima depois de ter caído em algumas armadilhas da vida.
Nesta passagem de ano, recebi duas mensagens muito estranhas em que olhei duas vezes para o telefone a pensar, “porquê pah?”.
Começo pela segunda, a do pai da minha filha que dizia “um brinde à nossa amizade, que o ano de 2018 seja um ano de muitas felicidades, paz e amor!”, estava eu sossegada quando a mensagem entrou à 00:01, qual eficiência qual quê.  Quando estávamos casados nem para um “oi, estou atrasado, tipo uma hora”, se informava. Posso até assumir que foi uma mensagem standard e que a tenha reencaminhado, mas, pessoas, deixem-se dessas coisas, enviar só por enviar ou no caso dele, “eu até sou um gajo bacano”, eh pah, não! Já se passaram alguns anos e ainda discutimos por parvoíces, por causa da educação da miúda e às vezes por causa da família de ambos, a eterna disputa familiar da criança! Podem pensar: “cenas mal resolvidas”, são! Não existe amor, esse foi-se embora quando a nossa filha nasceu, aliás, eu quase que ia para o hospital sozinha, portanto amizade aqui não vai surgir. Fizemos uma única coisa boa juntos, a B. E é só mesmo isto. Se eu respondi à mensagem? Não! Podia ter feito o frete de responder “obrigada, igualmente”, mas seria isso mesmo: frete e já não tenho pachorra para fretes para pessoas que não me interessam, que não gostam de mim ou que nunca estiveram lá para mim.
A primeira mensagem foi também de um ex. O meu primeiro amor e meu “rebound” depois do pai da minha filha. Porquê deixei este para último? Porque poderia, talvez um dia, considerar o pai da minha filha como amigo, um dia longínquo quando tiver Alzheimer, menos esta pessoa. Este meu ex, foi a primeira pessoa com quem estive depois do pai da minha filha. Fez-me, qual ingenuidade qual quê, acreditar que este sim, era “o tal”, porque já havíamos namorado na nossa adolescência e portanto, se nos tínhamos reencontrado era porque queria dizer algo. Sim, queria, o Pai Natal não existe e que as pessoas são o que são, não mudam. Na nossa adolescência, quando namoramos era uma coisa meia assumida, mas só na escola, fora da escola e para o resto do mundo, não éramos namorados. Eu adorava-o, chorei baba e ranho entre os meus 14 e os meus 18 por esta pessoa, quem nunca, não é? Até que um dia, no liceu, entre aqueles devaneios de começar e acabar, estávamos numa paragem de autocarro, a despedir-nos para o dia seguinte e algo me fez olhar para ele. Ele estava inquieto e olhava para todas as direções, porque estava com medo que o reconhecessem, tinha receio que fossem contar ao pai que estava comigo, a rapariga roliça e bonita, mas preta/negra, de cor, não branca, whatever.
No fundo sempre soube, mas naquele dia olhei para ele e ali naquele momento  partiu-me o coração, percebi que teríamos sempre problemas, não pelo meu tom de pele, mas sim pela falta de coragem dele. Ele seguiu a vida militar e eu segui a vida académica. De vez em quando lá nos via-mos, já com namorado e namorada sempre com aquele ambiente de: “e se tivéssemos ido até ao fim teria resultado?”. Pois, depois do pai da minha filha, lá nos encontrámos num jantar e revivemos o nosso “furor”. E também desta vez, teve dificuldades a assumir-me, porque estava também separar-se, mas era ainda muito ligado à família e blá blá blá. Encontrámo-nos algumas vezes até que um dia deixou de telefonar, de escrever, de retribuir às minhas mensagens e telefonemas. Partiu-me outra vez o coração! E foi o responsável para que durante algum tempo fechasse o coração… Para a vida. Um dia, já as feridas saradas, vi que tinha casado novamente com a ex. Exacto, com a ex!
Passados 4 anos desta rutura, esta dita passagem de ano, enviou uma mensagem encriptada com um vídeo sobre amizade e outras coisas que não vale a pena mencionar a desejar um bom ano. Apeteceu mandar-lhe pôr a mensagem no esfíncter de qualquer pessoa menos no meu, mas não o fiz. Ignorei, tal com a segunda mensagem.
Quando ouço pessoas a dizer que se dão com os seus ex’s a ponto de passarem o Natal juntos, fico sempre a pensar se não serei eu a pessoa estranha.
Serve este pequeno texto para realçar a minha surpresa perante os relacionamentos, pessoas e que a vida dá muitas voltas, mas que tal como o Mundo, a vida é um circulo.

Satisfaçam-me a curiosidade e digam-me, alguém de vós leitores é amigo dos vossos ex’s?



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