Be U
está quase nos 41, para dizer a verdade é já amanhã.
Tenho
para mim que a malta que faz anos em Janeiro é assim como “O Desbravador do
Ano”. É o primeiro mês, depois da euforia do Natal e da Passagem do Ano. Também
é malta rija, porque sendo um mês muito longo, sem feriados, frio e chuvoso, é
malta que está habituada a receber poucas prendas, porque o pessoal estourou
tudo no mês passado...Be U, relembra sempre os seus queridos amigos e
familiares para que quando compram a prenda de Natal comprem a de aniversário
também… O que às vezes não acontece.
Com
quase 41, posso dizer que ainda não tive nenhuma crise de idade, a dos 40, e
que na verdade este último ano, foi muito revelador, sem medos, sem
inseguranças, falo claro, da minha pessoa, do “eu”, porque como mãe, as dúvidas
são constantes, mas não falemos disso.
Este
último ano, o dos 40, fez-me ver e sentir mais o "Agora", o
"Hoje", no sentir o momento, sentir que agora sim, tenho vontade de
ver tudo, viver tudo, já dizia uma personagem de uma telenovela, "cada
segundo é um flash". Quero isto dizer que para além da minha filha, da
vida íntima e familiar quero mais, quero continuar a correr e/ou a conquistar
cada corrida, cada trail duro, porque ali no meio da natureza e da dureza
encontro tempo para parar e olhar ao meu redor, quando depois de uma subida
quando chego ofegante com os pulmões arder, quero e abro os braços como que a
tentar agarrar aquilo tudo num só momento, subida após subida, sou livre, sou
eu ali, a choninhas, a corajosa, a insegura, a incentivadora, a
lutadora, a cobardolas, a palhacita, a destemida, a
vitoriosa. Metaforicamente é assim que encaro a vida, caminhadas
difíceis com momentos muito compensatórios, muitos "conseguiste", tu
extenuaste, tu choraste, tu caíste, mas levantaste-te carago, mesmo sendo
difícil, levanto-me todos os dias, tomo banho e saio para “encarar o boi de
frente”.
Ao
contrário de algumas pessoas com menos de 40 anos, não me sinto velha e não
quero adoptar aquela postura de "aiii e tal, sou uma senhora e
já não vou fazer aquilo ou fazer acolá” ou “aiii que horror, já não posso
mostrar as pernas ou um decote...” ou então um “já não tenho idade para
isso", pois bem, não ando a matar-me em corridas e trails para
não mostrar as minhas pernas, muitas vezes com arranhões… É como se fosse um
"statement" e na realidade quem dirige esse tipo de frase, a mim ou a
qualquer outra pessoa é mal amado, não está bem consigo, é mesquinho e quer
deitar abaixo, é o que chamo de “pessoa pequenina”.
Também
ao contrário de algumas pessoas não encaro os jovens que entram na empresa como
uma ameaça, mas sim "ar fresco", aprendizagem nova e galhofas, não
quer isto dizer que só me dou com pitalhada, mas se nos propusermos a
estar e a ouvir, podemos aprender com “eles”, ser tanto ou mais infantil e
ficar admirada com a ingenuidade sincera de alguns...Gosto também de aprender
com a geração da “velha guarda”, porque perto de determinados senhores, eu sou
uma "menina".
A
entrada nos 41 é a continuação dos 40, venham eles, com energia, alegria,
risadas, provações, experimentações e também algumas lágrimas, porque embora
sejam amargas, é com as lágrimas que aprendemos. Como diz uma querida colega
“mai nova”, eu sou a minha própria Lifecoach, embora ficando lisonjeada
com isso, eu sei que qualquer pode se-lo desde que nunca perca o seu “norte”, a
sua pessoa, a sua identidade, a sua força interior. Para a frente é o caminho,
sempre.
Sem comentários:
Enviar um comentário