Quem me conhece sabe que adoro correr, adoro, mas ultimamente não me tem
apetecido. Acho que aquele último trail no início de Janeiro “matou-me”, afinal
foram quase 24 km de puro sofrimento.
Venho por este meio pedir alguma inspiração do estilo, enquanto escrevo,
espero que a motivação “baixe” em mim e que volte a correr, nem que seja 3 km
de uma só vez… É isto!
Não se assustem, tenho ido ao ginásio, umas aulitas de cycling, duas
vezes a três por semana, e de vez em quando uma musculaçãozita, mas até
nesta última parte não me ando a “sovar”... As minhas costas e pernas gritam
comigo, quando percebem que estou a fazer batota “o que é isso, 30 kg? Estás doida sua preguiçosa!”.
Em quatro anos é a primeira vez que me falta a vontade de calçar as
sapatilhas (eu gosto de dizer sapatilhas em vez de tenis) e sair a correr, à chuva, ao vento, ao frio, no final da tarde ou de
manhãzinha… Aliás, fico cansada só de pensar nisso… E quanto mais penso nas
vezes que corri e apreciei fazê-lo sozinha ou acompanhada, nas provas que me levantei
todo o santo domingo às sete da manhã, mais acho que cheguei àquele muro da
preguiça não motivacional e não consigo transpo-lo...
O facto de não me ter inscrito em provas também não tem ajudado...Por
esta altura já teria uma agenda/calendário com todas as corridas mais
importantes assinaladas, já estaria a influenciar alguém para ir comigo a uma
ou outra corrida, já estaria em pulgas para a meia maratona. Sou daquelas que
para correr, para me motivar tenho que me inscrever em inúmeras provas para que
não perder o ritmo. Por esta altura já teria feito pelo menos umas cinco provas
nas perninhas e estaria a treinar um mínimo de três vezes por semana a
pensar nos 21,5 km da Ponte 25 de Abril… Este ano não vai acontecer… A primeira
falha em quatro anos, mas não treinei, não vou… Sim, poderia ir à mini-maratona,
7,5 km, mas não é a mesma coisa, não me vou levantar às seis da manhã para
estar no tabuleiro da ponte duas horas para depois ver os outros passar por mim
em ‘mode’ meia-maratona e eu em ‘mode’: “eu queria era estar ali…”. Não vou
para depois quase ter um ataque de choro porque o que queria mesmo era estar a
sofrer, a pensar porque me inscrevi nos 21,5 km… És louca? Sim, sou… Sou louca,
prefiro não fazer a mini-maratona, porque sei que vou ficar mal humorada e
invariavelmente frustrada porque os outros vão poder contar como foi, estar na
ponte, passar a barreira dos 10 km e pensar “não vou conseguir”, passar os 13
km, ver a meta, ver os outros a chegar e pensar que ainda vais ter que ir a Algés.
Quando finalmente passas a recta de Algés entre os 17 km e os 18 km, deliraste!
E que não vou poder contar como foi mais uma vez passar a meta, eu sei,
narcisismo puro, só os corredores entendem, só quem já o fez sabe do que falo.
Não vou poder naquele domingo depois de 21,5 km tomar banho e sentir as pernas
doridas, a cabeça a arder do sol, beber água e dizer ‘aiaiai’... Mais uma vez
parece masoquismo, mas é para aquilo que treinamos e corremos, a superação
acima de tudo.
O que vou fazer para me motivar? Vou-me inscrever para a corrida da
APAV, que deverá ser lá para 25 de Março, 10 km, e para a corrida ‘Sempre Mulher’
na Avenida da Liberdade, os meus 5 km e tentar baixar novamente os 30 minutos
no início de Abril. E para não variar inscrever-me nos meus sofríveis 10 km da ‘Corrida
do Benfica’. Estar inscrita é uma obrigação peremptória do “ok, pé no chão e
trabalho duro” .
Motivação, volta estás perdoada.
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