quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Motivação volta estás perdoada!

Quem me conhece sabe que adoro correr, adoro, mas ultimamente não me tem apetecido. Acho que aquele último trail no início de Janeiro “matou-me”, afinal foram quase 24 km de puro sofrimento.

Venho por este meio pedir alguma inspiração do estilo, enquanto escrevo, espero que a motivação “baixe” em mim e que volte a correr, nem que seja 3 km de uma só vez… É isto!

Não se assustem, tenho ido ao ginásio, umas aulitas de cycling, duas vezes a três por semana, e de vez  em quando uma musculaçãozita, mas até nesta última parte não me ando a “sovar”... As minhas costas e pernas gritam comigo, quando percebem que estou a fazer batota “o que é isso, 30 kg? Estás doida sua preguiçosa!”.

Em quatro anos é a primeira vez que me falta a vontade de calçar as sapatilhas (eu gosto de dizer sapatilhas em vez de tenis) e sair a correr, à chuva, ao vento, ao frio, no final da tarde ou de manhãzinha… Aliás, fico cansada só de pensar nisso… E quanto mais penso nas vezes que corri e apreciei fazê-lo sozinha ou acompanhada, nas provas que me levantei todo o santo domingo às sete da manhã, mais acho que cheguei àquele muro da preguiça não motivacional e não consigo transpo-lo...

O facto de não me ter inscrito em provas também não tem ajudado...Por esta altura já teria uma agenda/calendário com todas as corridas mais importantes assinaladas, já estaria a influenciar alguém para ir comigo a uma ou outra corrida, já estaria em pulgas para a meia maratona. Sou daquelas que para correr, para me motivar tenho que me inscrever em inúmeras provas para que não perder o ritmo. Por esta altura já teria feito pelo menos umas cinco provas nas perninhas e estaria a treinar um mínimo de três vezes por semana a pensar nos 21,5 km da Ponte 25 de Abril… Este ano não vai acontecer… A primeira falha em quatro anos, mas não treinei, não vou… Sim, poderia ir à mini-maratona, 7,5 km, mas não é a mesma coisa, não me vou levantar às seis da manhã para estar no tabuleiro da ponte duas horas para depois ver os outros passar por mim em ‘mode’ meia-maratona e eu em ‘mode’: “eu queria era estar ali…”. Não vou para depois quase ter um ataque de choro porque o que queria mesmo era estar a sofrer, a pensar porque me inscrevi nos 21,5 km… És louca? Sim, sou… Sou louca, prefiro não fazer a mini-maratona, porque sei que vou ficar mal humorada e invariavelmente frustrada porque os outros vão poder contar como foi, estar na ponte, passar a barreira dos 10 km e pensar “não vou conseguir”, passar os 13 km, ver a meta, ver os outros a chegar e pensar que ainda vais ter que ir a Algés. Quando finalmente passas a recta de Algés entre os 17 km e os 18 km, deliraste! E que não vou poder contar como foi mais uma vez passar a meta, eu sei, narcisismo puro, só os corredores entendem, só quem já o fez sabe do que falo. Não vou poder naquele domingo depois de 21,5 km tomar banho e sentir as pernas doridas, a cabeça a arder do sol, beber água e dizer ‘aiaiai’... Mais uma vez parece masoquismo, mas é para aquilo que treinamos e corremos, a superação acima de tudo.
O que vou fazer para me motivar? Vou-me inscrever para a corrida da APAV, que deverá ser lá para 25 de Março, 10 km, e para a corrida ‘Sempre Mulher’ na Avenida da Liberdade, os meus 5 km e tentar baixar novamente os 30 minutos no início de Abril. E para não variar inscrever-me nos meus sofríveis 10 km da ‘Corrida do Benfica’. Estar inscrita é uma obrigação peremptória do “ok, pé no chão e trabalho duro” .


Motivação, volta estás perdoada.


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