Há aquele ditado que diz “um dia
estás bem, no outro não estás”.
O filho da minha prima, com 24
anos, há dois anos teve um acidente de carro. Um jovem de 24 anos de 1.80 m
ficou encarcerado no carro porque ia sentado atrás do condutor e a perna ficou
encarcerada. Resultado, esteve no hospital seis meses com tratamentos para aqui
e para ali, para depois no fim desses seis meses, dizerem-lhe que teriam que
amputar a perna. Ele poderia ter ficado zangado, primeiro com o condutor que
estava bêbado, depois com os médicos por não lhe terem dito logo e por último
com ele mesmo, por ter entrado no carro do amigo. Contudo não, este jovem
encararou a notícia com um “eu também não estava a sentir a perna, não estava
lá a fazer nada”. A cirurgia correu bem e ele aceitou a prótese. Hoje em dia
anda um pouquinho coxo e ainda faz fisioterapia. Podia andar de cabisbaixo,
triste, desanimado, mas não. Cada vez que o vejo atira sempre uma das piadinhas
“negras” que já o fazia antes, vive com a namorada e está bem com a vida.
Reparem, ele passou seis meses internado no hospital com vários companheiros de
quarto, cada um com a sua história de vida. Viu pessoas a entrar e a sair.
Durante a noite deve ter ouvido coisas que não passam pela cabeça do comum
mortal, pelo menos para mim que só estive internada dois dias e meio aquando do
nascimento da minha filha, ou seja, uma realidade completamente diferente.
Enquanto estava internado recebeu a notícia que o seu tio, mais irmão por
afinidade devido à proximidade de idade, morreu. Morreu também devido a um
acidente de carro, também não causado por ele, onde supostamente não lhe
aconteceu nada, mas uns dias depois morreu. Recebeu a notícia tacitamente e
acho que a única coisa que deve ter pensado foi em como ele teve sorte.
Claro que também pensou na enorme tristeza da sua avó materna ao receber a
morte do seu filho querido.
No início deste ano soube que a
namorada de um colega meu foi fazer análises e diagnosticaram-lhe Leucemia. Esta
pessoa corajosa de 24 anos, no dia dos namorados em vez de ficar triste e
revoltada, escreve no Facebook o quanto
está agradecida porque ao contrário do que dizem, “que na doença os amigos são
poucos”, no caso dela tem sido uma revelação boa e que se sente agradecida com
isso.
Eu não sei como reagiria se
perdesse um membro meu, um filho ou se estivesse doente. Acho que neste último
caso entraria em pânico e pensaria no que aconteceria à minha cria caso eu cá
não estivesse… É uma das minhas fobias, morrer sem que a minha cria esteja
“criada”.
Serve o presente texto para vos
fazer o apelo serio, mas totalmente voluntário, ponderado e consciente
para a doação de medula .
Durante muitos anos fiz os testes
para dadora de sangue e nunca consegui por ter sempre a hemoglobina baixa. Este
sábado, lá fui com aquele ar de pelo menos deixem-me tentar e
os nivéis estavam bons! Quase chorei de alegria porque era algo que
queria fazer há tanto tempo. Percebo que, como eu existem inúmeras pessoas que não
possam dar por um ou outro motivo de saúde, mas aos que nada impede, pensem
nisso uns bons minutos e se assim o decidirem deixo aqui uma pequena explicação
da doação de medula óssea.
O que é feito:
Preenchimento de um questionário e caso
reúna as condições necessárias para se tornar dador de medula óssea, é-lhe
retirada uma pequena amostra de sangue.
Uma vez registado como potencial dador
poderá ser chamado para salvar alguém até aos 55 anos de idade.
Para uma informação mais detalhada e
esclarecedora deixo aqui o link onde também informa os locais de recolha:
Deixo os meus mantras não invulgares, todavia cada
vez mais importantes para mim:
Não deixe para amanhã o que pode
fazer hoje.
Ria-se muito e dê-se com pessoas
que lhe façam rir.
Divirta-se a fazer algo novo, pode
não ser todos os dias, mas pelo menos uma vez por semana/mês, divirta-se a
descobrir sabores, cheiros, sons, olhares, tudo e tudo e tudo.
Viaje mesmo que as possibilidades
sejam mínimas, se não dá para ir de avião, dá para ir até à praia.
Exercite-se, seja o que for nem que
seja uma caminhada, mas mexa-se.
Coma bem, durma bem e “faça o amor”
mais vezes, muitas vezes, não tem parceiro, arranje um/uma, ou mesmo sem, mas faça-o!
Nada disto invalida que não
fiquemos doentes, mas pelo menos vivemos, um dia de cada vez, para quando um
dia se estivermos doentes, nos lembremos das coisas boas.
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