quinta-feira, 10 de maio de 2018

Life at the Office e o rancho folclórico

Dentro da empresa temos muitos departamentos díspares, uns mais efusivos, uns que nem damos por eles, uns que não fazemos ideia porque existem e outros simplesmente confusos, em que todos pensam, mas só alguns ousam perguntar em voz alta:
-Porquê tantas pessoas?
-Porque andam sempre em carreirinho?
-Porque fazem tudo junto? O junto é almoçar todos os dias juntos, à mesma hora, sempre com as mesmas pessoas, nos mesmíssimos lugares.
São vários os departamentos com este comportamento de “gang”, mas este post vou dedicar a um departamento específico. Descrevendo um a um, tentando ser fiel às suas personagens:

A Xerifa:
Intitula-se de líder e grande sábia, mas nada sabe. Ambiciosíssima, como um alpinista que anseia chegar lá em cima, mas sem o fair-play deste último. Não olha a meios para atingir o seu fim, lamber botas como ninguém para ter o posto que quer, aquele lugar na Tavola Redonda, porque na sua cabeçinha de melancia ela acha que merece. Uma raposa sempre em alerta e grande sabedora de segredos, talvez devido ao tempo dispensado ao tabaco e em telefonemas. Esta suricata pressente quando algo se passa e em permanente vigia não sossega enquanto não se inteira completamente da situação. Podiam estas características ajudá-la na sua tarefa de chefia e de responsável de departamento, mas apenas alguns que não a sua equipa, parecem entende-la. O comum mortal tem sérias dificuldades em entender o que diz, o que escreve e como se comporta. Não sabemos como o negócio aguenta, mas aguenta...

Sabem aquela expressão “carne para canhão”:

1. Ser usado como dispensável em cenário de guerra, tendo a morte como certa.
2. Ser usado em algo que não tem sucesso.
3. Ser usado em vão.

É assim que a Xerifa trata os seus subordinados.
Vamos ver como ela pensa:
-       São uns incompetentes.
-       Tenho que os meter na ordem.
-       Não querem fazer nada.
-       Tenho que fazer tudo
-     Saem da escola mas não sabem escrever, tenho que lhes “aensinar tudo” ou “afim de garantizar o trabalho”.

A sua equipa:

A Margarida do Pato Donald:
Na maioria das vezes fala como um desenho animado e se visualizarmos a personagem ela parece andar como a Margarida. Com a voz que tem destaca-se do grupo por ser a verdadeira Líder ainda que não anunciada, também pelo sua teimosia, mas dotada de uma grande eficiência nunca reconhecida pela Xerifa. Tem um grande coração, mas por vezes é atraída para o lado inimigo que dura algum tempo, mas depois regressa, se não fosse o seu amor pelos três gatos, uma cadela, uma porca da india,  uma filha e um marido, não haveria salvação. Quando sai um som da boca de Margarida, soa a um ronronar com um miar de fome. De arrepiar a pele.

A Sobrevivente:
As palavras saem-lhe como o som de um bezerro. Portanto, quando a Margarida e a Sobrevivente estão juntas é um massacre para toda a sala.
Esta personagem  não pensa muito no que diz, portanto imaginem uma pessoa a falar de sexo descontraidamente com a voz dum bezerro. Às vezes os nossos ouvidos sangram e às vezes alguém lá tem coragem de lhe dizer “cala-te”, o que piora as coisas para o nosso lado, porque é que não se cala. Com uma unhas enormes, tipo garras, nunca sabemos como gere o seu dia-a-dia com aquelas unhas, como se limpa, por exemplo (desculpem a visão).A Xerifa tem-lhe alguma conta e almoçinhos para aqui e reuniões para ali, já o contrário não sabemos.

A Suiça:
Sabe muito, mas para o mundo da Xerifa, nada sabe. Assume sempre uma postura calma e neutra, talvez por ser a mais velha do departamento. Respeitada e trabalhadora, tenho em mim que a Xerifa queria ser como ela, mas para ser como esta pessoa teria que morrer e nascer outra vez. Companheira da Margarida nos “morfes”, sabemos que se tivermos fome, elas terão sempre algo na gaveta.

O Passarinho:
O passarinho é na verdade uma “moça” trabalhadora. Chamo-a assim porque não faz muito barulho, come uma bolacha maria e fica “cheia”. O passarinho tem uma cintura invejável, mas eu tambem teria se comesse o que come. Diz que sofre de rejurgito ou o que é...Não percebo, eu também podia sofrer disso, em vez disso, corro quilómetros e quilómetros para uma cintura de 38/40… Badalhoca. O passarinho é alvo constante da Xerifa, que quer po-la a trabalhar, já ela estando a trabalhar Xerifa também deve ter inveja do ar fofinho do passarinho e como raposa que é, está sempre pronta a abocanhá-la, no mau sentido.

O Pachá:
Novo no departamento, vem de outras águas mais agitadas e portanto isto para ele é “peaners”, coitado, mal sabe ele.. Rechoncha adorável, ponderado, calmo, a perfeita balança. Fica ao lado do passarinho, dando-lhe apoio moral. A Xerifa ainda não se meteu com ele, acho porque não percebe o que vai na cabeça do pacholas...

O Inteligente:
O mais novinho, mas também o mais inteligente. A maior parte das vezes enverga a capa invisível e tenta passar despercebido. Precisa de vez em quando de escapar para outros países para renascer e voltar ao seu departmento. O corrector ortográfico de serviço, não da Xerifa, porque ela sabe tudo. O Inteligente opta por ser cego, surdo e mudo porque quando não o faz sangra dos ouvidos aquando das dissertações da Xerifa, sua chefe. Se quiseres alegrar-lhe o dia, é passar por ele e falar de um ou outro restaurante e das suas iguarias, e é ve-lo sorrir.





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