-Porquê tantas pessoas?
-Porque andam sempre em carreirinho?
-Porque fazem tudo junto? O junto é almoçar todos os
dias juntos, à mesma hora, sempre
com as mesmas pessoas, nos mesmíssimos
lugares.
São vários os departamentos com este comportamento de “gang”, mas este post vou dedicar a um departamento específico. Descrevendo um a um, tentando ser fiel às suas personagens:
A Xerifa:
Intitula-se de líder e grande sábia, mas nada sabe. Ambiciosíssima, como um alpinista que anseia chegar
lá em cima, mas sem o fair-play deste último. Não olha a meios para
atingir o seu fim, lamber botas como ninguém
para ter o posto que quer, aquele lugar na
Tavola Redonda, porque na sua cabeçinha de melancia ela acha que merece. Uma
raposa sempre em alerta e grande sabedora de segredos, talvez devido ao tempo dispensado ao tabaco e em telefonemas.
Esta suricata pressente quando algo se passa e
em permanente vigia não sossega enquanto não se inteira completamente da
situação. Podiam estas características ajudá-la
na sua tarefa de chefia e de responsável de departamento, mas apenas alguns que
não a sua equipa, parecem entende-la. O comum mortal tem sérias dificuldades em entender o que diz, o que escreve e como
se comporta. Não sabemos como o negócio aguenta, mas aguenta...
Sabem aquela expressão “carne para canhão”:
1. Ser usado como dispensável em cenário de guerra, tendo a morte como
certa.
2. Ser usado em algo que não tem sucesso.
3. Ser usado em vão.
É assim que
a Xerifa trata os seus subordinados.
Vamos ver como ela pensa:
-
São uns incompetentes.
-
Tenho que os meter na ordem.
-
Não querem fazer nada.
-
Tenho que fazer tudo
- Saem da escola mas não sabem escrever, tenho que lhes “aensinar tudo” ou “afim
de garantizar o trabalho”.
A
sua equipa:
A Margarida do Pato
Donald:
Na maioria das vezes fala como um desenho animado e
se visualizarmos a personagem ela parece andar como a Margarida. Com
a voz que tem destaca-se do grupo por ser a verdadeira Líder ainda que não
anunciada, também pelo sua teimosia, mas dotada de uma grande eficiência nunca
reconhecida pela Xerifa. Tem um grande coração,
mas por vezes é atraída para o lado inimigo que dura algum tempo, mas depois regressa, se não
fosse o seu amor pelos três gatos, uma cadela, uma porca da india, uma filha e um marido, não haveria salvação.
Quando sai um som da boca de Margarida, soa a
um ronronar com um miar de fome. De arrepiar a pele.
A Sobrevivente:
As palavras saem-lhe como o som de um bezerro.
Portanto, quando a Margarida e a Sobrevivente estão
juntas é um massacre para toda a sala.
Esta personagem não
pensa muito no que diz, portanto imaginem uma pessoa a falar de sexo
descontraidamente com a voz dum bezerro. Às vezes os nossos ouvidos sangram e às vezes alguém lá tem coragem de lhe dizer
“cala-te”, o que piora as coisas para o nosso
lado, porque aí
é que não se cala. Com uma unhas enormes, tipo garras, nunca sabemos como gere
o seu dia-a-dia com aquelas unhas, como se limpa, por exemplo (desculpem a
visão).A Xerifa tem-lhe alguma conta e almoçinhos para aqui e reuniões para ali,
já o contrário não
sabemos.
A
Suiça:
Sabe muito, mas para o mundo da Xerifa, nada sabe. Assume sempre uma postura calma e neutra, talvez por ser a mais velha do departamento. Respeitada e
trabalhadora, tenho em mim que a Xerifa queria ser como ela, mas para ser como esta pessoa teria que morrer e nascer outra
vez. Companheira da Margarida nos “morfes”,
sabemos que se tivermos fome, elas terão
sempre algo na gaveta.
O Passarinho:
O passarinho é na verdade uma “moça”
trabalhadora. Chamo-a assim porque não faz muito barulho, come uma bolacha
maria e fica “cheia”. O passarinho tem uma cintura invejável, mas eu tambem
teria se comesse o que come. Diz que sofre de rejurgito ou lá o que é...Não percebo,
eu também podia sofrer disso, em vez disso,
corro quilómetros e quilómetros para uma cintura de 38/40… Badalhoca. O passarinho é alvo constante da Xerifa, que quer po-la a
trabalhar, já ela estando a trabalhar… Xerifa
também deve ter inveja do ar fofinho do passarinho e como raposa que é, está sempre pronta a abocanhá-la, no mau sentido.
O
Pachá:
Novo no departamento, vem de outras águas mais agitadas e portanto isto para ele é “peaners”,
coitado, mal sabe ele.. Rechoncha adorável, ponderado, calmo, a perfeita
balança. Fica ao lado do passarinho, dando-lhe apoio moral. A Xerifa ainda não se meteu com ele, acho porque não percebe o que
vai na cabeça do pacholas...
O
Inteligente:
O mais novinho, mas também o mais inteligente.
A maior parte das vezes enverga a capa invisível
e tenta passar despercebido. Precisa de vez em quando de escapar para outros
países para renascer e voltar ao seu departmento. O corrector ortográfico de serviço, não da Xerifa, porque ela sabe tudo. O
Inteligente opta por ser cego, surdo e mudo
porque quando não o faz sangra dos ouvidos aquando das dissertações da Xerifa, sua chefe. Se quiseres alegrar-lhe o dia, é passar por ele e falar de um ou outro restaurante
e das suas iguarias,
e é ve-lo sorrir.
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