quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O regresso às corridas!


Este domingo que passou voltei a correr com um objectivo. 
Tenho andado a correr com a minha mãe, então tenho corrido com aquele à vontade de não me esforçar muito. Apenas para lhe acompanhar. Porém, já há algum tempo que tenho vontade de voltar a correr a sério. O que implica sofrer sozinha, mas só a sofrer eu consigo evoluir. Se não sair da minha zona de conforto nunca atingirei os meus obejctivos. Já fiz 10 km a 59 minutos quase a vomitar, mas consegui… Esta marca não é passada há 2 anos. Acho que chegou a hora de parar com os mimimis e voltar a dar o meu melhor.
Claro que me sinto pesada, com excesso de peso e muitas vezes desmotivada. De há dois meses para cá tenho treinado e sofrido muito nas minhas horas de almoço de tal maneira que me obriguei a inscrever e voltar a correr. Ás segundas e quartas tenho umas aulas muito, muito duras, aulas de 30 minutos em que o esforço é levado ao extremo, mas que têm ajudado a recuperar a forma física, a manter-me activa, com mais energia e cada vez mais com vontade de melhorar.
Vou descrever o HIIT ZONE:
“HIIT ZONE é uma sessão de cardio composta por períodos rápidos de treino bastante forte. A ideia principal do treino de alta-intensidade passa por disparar a intensidade do seu cardio. De modo a qualificar-se como um verdadeiro treino HIIT terá de puxar por si até ao seu máximo durante cada período. É por isso que cada período de treino dura entre os 20 a 90 segundos. Precisamente o oposto de ir fazer uma corrida de longa duração com o objectivo de aumentar o periodo em actividade.”
Por palavras minhas, a cada três minutos morres na passadeira e depois voltas a morres no chão com burpees, flexões e outras coisas dolerosas. Em cada 3 minutos morres em cada bloco até fazer os 30 minutos. Houve uma aula, não há muito tempo, depois ter ter corrido a nível 10 com elevação a 4, fui para o chão e quando levantei a plataforma por cima da minha cabeça quase que ia vomitando.
Acho que a partir desse momento pensei, “se eu consigo fazer isto, consigo encarar os 10 km de frente”. No fundo é isso, encarar as tuas limitações de frente e tentar fazer melhor. Não vou com grande vontade para estas aulas, é verdade, mas quando saio de lá, sei que fui ao limite, o que me permite também não endoidecer num mundo de loucos que é o meu trabalho. Que me permite não mandar todos para o “c...”, o que me permite sobreviver a aturar pessoas e também lidar com as as minhas frustações, que são umas quantas tal como o comum mortal.
Há dias que adoro o que faço e suporto tudo, há outros dias que só o gostar não chega. A falta de consideração, a falta de ética, a falta de “sermos uns pelos outros”. Chamem-me menina, mas num mundo onde se dá importância à cor ou à gaguez de Joacine Katar, em que se discute a eterna questão de Portugal ser ou não ser racista. Eh pah, cresçam, não há ninguém que não tenha os seus preconceitos, ninguém. Seja de que cor fôr. Enfim, senão fossem essas aulas à hora do almoço não conseguiria suportar piadinhas sobre gajas, sobre gays, sobre cores, sobre André Venturas, homens de saias e outros temas que despertam o cócó que há nas pessoas.

Voltando aos meus 10 km e à corrida do Montepio. Lá fiz a prova, não muito a sofrer como sofro nas aulas, mas com muito custo. Tentei não olhar para o relógio, porque ao contrário de muitas pessoas, olhar para o relógio ou ouvir a quantos quilómetros vou, não me ajuda em nada. Apenas deixei as pernas rolar. Claro que depois dos 6 km a moral começou a ficar lá para trás e o ritmo foi baixando. Mais a moral, uma vez que as pernas continuavam... Perdi a respiração já ao quilómetro sete , mas continuei... No último quilómetro tentei dar o litro e um rapaz da minha idade (42 anos) ao reparar na minha passada resolveu levar-me com ele... E fomos juntos até ao final. Ia no início da Rua do Ouro e começei a sentir dor de barriga, dor nas costas, dor no peito e disse “vá!". Ele disse "não", corremos juntos e ainda tive alento de acelarar o passo, não fossem as dores parar-me. Só quem corre percebe. Quando cheguei à meta agradeci-lhe ao qual ele me responde “ora essa, vinha aflito dos joelhos e quase a parar quando a vi, o lema é corrermos uns pelos outros”. Fiquei emocionada e lembrei-me porque corro. Corro porque encontramos sempre alguém que nos dá alento mesmo estando a sofrer, eu própria faço isso ao acompanhar alguém. Não foram os meus 59 minutos, fiz mais 9 minutos, 1 hora e 8 minutos… Fiquei satisfeita, não vomitei e sei que consigo lá chegar. O meu orgulho chegou 10 minutos depois. Tem 66 anos e serve de exemplo para quem vem ao lado dela. É a senhora minha mãe.
Enquanto isso vou continuar até conseguir o meu objectivo, os 59 minutos. 




KEEP CALM
WORK HARD

AND
STOP THE MIMIMI!

Believe……


KEEP CALM

WORK HARD
AND
STOP THE MIMIMI!

Believe……
KEEP CALM
WORK HARD
AND
STOP THE MIMIMI!

Believe……
KEEP CALM
WORK HARD
AND
STOP THE MIMIMI!

Believe……