quinta-feira, 19 de abril de 2018

Sim, acredito no Amor!

Partilho convosco o que escrevi há uns 3 anos, quando a minha vida era uma Tinderela, para quem já leu...

O texto muito longo é a resposta a uma pergunta de uma querida amiga, que entre risadas das “histórias tinderescas” perguntou se eu ainda acreditava no amor. No dia seguinte escrevi-lhe o texto abaixo e continuo arduamente a acreditar no que escrevi, espero não fugir a esta minha essência, nunca.

3 years ago

“Sim, acredito no amor, acredito sim, mas sinto cada vez mais que para uma relação sobreviver há que haver uma predisposição dos dois lados para que isso aconteça. Acredito na cumplicidade, no entendimento, no companheirismo total. Aquela pessoa que tens vontade de contar tudo, mesmo que não seja na hora, mas contas, num café, num banho, no caminho para casa...
Haverá sempre alturas melhores, que outras, mas que essas alturas sejam sempre mais do que as piores. Que perante um problema, uma dificuldade, apesar de seres forte e saberes que aguentas, que a pessoa que está ao teu lado, também o vai ser por ti, por ele e por vocês. Acredito que é preciso ser-se forte, o outro lado ser forte, contudo também não ter medo de não o ser, mostrar a tua fragilidade e não ter medo.

Sinto falta do que mencionei? Sim, sinto, mas não me sinto infeliz por não o ter, porque o essencial para mim é estar bem, é ter paz interior.
O teu interior, a tua essência, se estás bem contigo e se essa pessoa, a que está contigo, te dá isso, se no final do dia quando voltas para casa, bem ou mal, é para aquela pessoa que queres voltar. E se eu sou essa pessoa que querem voltar a ver quando chegam a casa no final de um dia de trabalho, a mulher que põe um sorriso na cara e trabalha num mundo masculino. A mulher que às vezes está estafada, mas que como fez um compromisso com ela própria, ainda vai correr para não falhar esse compromisso para se sentir melhor com ela mesma. A mulher que quando chega a casa ainda vai ver os trabalhos da filha, vê os desenhos animados com ela durante 10 minutos e estafada ainda lhe conta uma história a pedir a todos os anjinhos para que adormeça a meio, o que não chega a acontecer. Só para quando eu encostar a cabeça na almofada pensar, não podias ter mais do que fizeste hoje, portanto eu, tenho um relacionamento comigo própria…
Não vou mentir e dizer que é fácil, chegas a um ponto da tua vida que já não é com a mesma facilidade que conheces novas pessoas, também porque não te apetece ou não fazes por isso. As tuas amigas têm a sua própria vida, os seus filhos, os seus maridos e não conseguem estar contigo e às vezes, mas só às vezes, no fim-de-semana que não tenho a criança, sobra-me tempo. E sou confrontada comigo mesma, isolada, mas não fico triste, se me apetecer vou ao cinema, porque não me custa ir ao cinema à tarde. Mato-me no ginásio ou nas corridas, ou simplesmente durmo no sofá, porque estou estafada...
Quando acordo de manhã acredito, sempre, que o dia vai ser bom, tenho de acreditar, acredito e é isso o que me faz mover todos os dias, todo o dia, todos os treinos, todas as corridas, todas as dúvidas, todas as incertezas e principalmente em mim...
Acredito que duas pessoas podem ser felizes, muito felizes se estiverem dispostos a isso, se houver vontade de ambas para assim acontecer, mas a entrega tem de ser total para mim. Acredito na sinceridade, no respeito um pelo outro e não quero menos que isso. A ter de ser é assim, respeito, sinceridade, amor, paixão, cumplicidade ou não é. Eu tenho de confiar nessa pessoa e essa pessoa tem de confiar em mim… Eu tenho que ceder porque quero e não por obrigação. E todos os dias aprendo e acredito que quando vejo casais que apesar de todas as dificuldades que a vida lhes impõe, descobrem uma forma de estarem juntos. No casal que conheço que apesar da doença e do abalo inicial da doença , ele escolhe estar lá com muita coragem, ele escolhe estar lá...Perante a doença, aquela assassina que vem e quando menos esperas… Ele escolhe estar lá, porque no fundo amar é isso, na saúde e na doença, mas por escolha, não por obrigação. Seriam raras as pessoas que ficariam numa anunciada doença no início da vida juntos, mas ele escolhe estar lá, ir às consultas com ela, fazer-lhe o jantar quando ela chega tarde do trabalho, quando ela conta aos pais a doença que tem, quando naquele primeiro momento ela lhe contou o que tinha… Isso para mim é AMOR ou no outro casal que para se verem aos fins-de-semana fazem quilómetros… Muitos...Quando seria mais fácil se não houvesse amor, dizer: “Eu este fim-de-semana fico por aqui… Não te importas pois não…”.
A ser, será assim ou não será, porque não faz mal, o importante é eu estar bem.
A minha companhia é melhor do que ficar com alguém só para ter alguém, ou só ter por causa da família ou só porque é mais cómodo. Eu tenho um feitio complicado e quem me desliude uma vez... Não consigo ultrapassar, não consigo, mói-me, sufoca-me, .até não suportar.
Não quero sobreviver, quero viver. 
Uma rua, uma foto, um livro, um restaurante, uma loja, uma novidade, um elemento novo, uma corrida, um novo sabor, uma pessoa, amigos, filha, tudo e todos. Ânsia de viver a vida!

Acima de tudo sejam felizes, porque, literalmente, não sabes o amanhã e a mim o único que me preocupa e aflige é que o amor da minha vida, me perca, ou impensável para mim que eu a perca. E nada, mas nada, é mais importante para mim, senão a minha baixinha e por ela tento ser uma pessoa melhor, por ela vou à luta, canso-me e quando olho para aqueles olhinhos lindos é impossível não ter de agradecer o caminho que segui, porque não me teria dado o que tenho hoje, sem ela tudo seria um vazio.






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