Venho por este meio dissertar
sobre este assunto.
Sei que há pessoas que não farão
ideia do que estou a falar ou porque não vêm televisão ou não gostam deste tipo
de cenas ou têm alguns “problemas” com este tipo de programas:
Este verão vi primeiro a temporada 6
australiana que teve direito a traições entre casais e troca de casais, o drama
de gostar de uma pessoa e essa pessoa nem sequer querer trocar um “olá”
contigo. E um confronto entre duas mulheres por causa de um homem que até agora
não percebo o encanto.
O que menos gostei foi do
espanhol, pelo formato e mesmo pelas pessoas meias pãezinhos sem sal.
E era com grande espectativa que
aguardava o português, se seria bimbão como o espanhol ou tentaria chegar ao
nível “caliente” do Australiano.
Pois bem, superou as espectativas
e gosto do nosso formato. Gosto que
tenham respeitado as diretrizes do formato original e sobretudo gosto de
constatar que pessoas serão pessoas em qualquer parte do mundo.
O programa consiste em casar com
uma pessoa que apenas e só iremos conhecer no dia do casamento. Ora se para uns é
completamente descabido, para algumas religiões isto é corrente há séculos.
E gosto que nós os portugueses
estejamos a tentar ser mais aventureiros nestes campos.
Se me perguntassem há 20 anos
atrás do que eu achava da ideia de casar com um desconhecido diria que a ideia
era completamente descabida, mas passados anos e de acordo com a experiência
adquirida nesses mesmos anos, não descartaria a ideia, teria sim de ter coragem
para encarar tudo e todos.
Tenho em mim várias opiniões que
passo a descrever.
Pessoas poderão dizer “ah e tal,
com tanta pessoa solteira por aí tinham mesmo que ir a um programa?”.Porque
não?
●
Porque são feitos
testes conforme os nossos gostos e aí encontrado o nosso match.
●
Porque não poupar
trabalho, dinheiro e tempo quando tens pessoas a tratar disso por ti sem olhar
a custos. Podes casar com o que queres, como queres e ainda vais para uma Lua
de Mel, certo que por ti não escolhida,
mas tens a hipótese de conhecer/fazer algo diferente.
Pessoas poderão dizer “ah e tal,
mas vais casar com uma pessoa que não conheces, mais vale ir ao Tinder ou outra
app parecida…”:
●
Tinder ou uma outra
app faz o match visual, o que vem depois disso
é um chorrilho de palavras que tem como objectivo
levar-te para a cama o mais rapidamente possível.
●
“Ah e tal, não a mesma coisa de
“engatar” uma pessoa num bar/dicoteca”,
pois, a diferença é que na maior parte dos
casos, no dia seguinte nunca mais vemos essa pessoa e aqui no programa até
vamos de lua-de-mel.
Pessoas poderão dizer “ah e tal,
já viste a exposição?”: pelo que vi a exposição vai até onde o concorrente quer
e a meu ver por experiência própria, no dia do meu casamento “levei” com
pessoas ditas familiares que nunca vi até ali e que nunca mais vi desde então.
Pessoas que acham que não se deve
partilhar a cama na primeira noite:
1 - Quem entra neste ou qualquer programa
semelhante já deve ir preparado para o que der e vier.
2 - Pessoa que não quer partilhar a cama com
um desconhecido:
-
nunca dormiu em Hostels;
-
nunca acampou;
-
nunca dormiu em pavilhões em sacos de cama com gente
que não conhecia;
A não ser que a pessoa cheire mal
de ir ao vómitos… É só uma cama ok!? Podem fazer uma barreira de almofadas,
dormir com um pijama até a cabeça, algemar o parceiro para que tenha a certeza
que não passa das marcas e/ou façam vigias, etc., etc., etc..
Quer dizer, de livre e espontânea
vontade, estás disposta a casar com uma pessoa que não conheces, mas partilhar a
cama, isso não? Não compreendo!
Dito isto não invalida que quando
entramos num programa destes e até mesmo numa relação temos que ir com a
cabeça “limpa”, com a mente aberta e dar uma oportunidade às circunstâncias.
É certo que há pessoas que se
atiram logo de cabeça, que se entregam na totalidade com tanta paixão que
sufoca, é certo.
A verdadeira questão é saber
ultrapassar as adversidades e tentar conhecer a pessoa com quem deu match.
Deixar ir, tentar relacionar, observar e constatar. Ok, esta pessoa não é o meu
ideal, mas vou tentar ser simpática porque ambos estamos nisto pelo mesmo
motivo:
Encontrar o amor das nossas
vidas! E é isto que toda a pessoa quer independente dos seus gostos sexuais e
até mesmo crença.
Claro que há pessoas
incompatíveis, por mais que dê 60% de compatibilidade se nos
restantes 40% forem coisas realmente insuportáveis, de nada vale os 60%.
Acabo com uma ideia sobre mim
mesma:
Se concorresse a este programa e
visse no altar um homem alto, corpanzão e de olhos verdes, teria o senhor
fracas hipóteses se:
-
abrisse a boca e dissesse “prontos, estamos casados”;
-
se ao comer parecesse um javardo de boca aberta e ainda
coçasse os tintins durante o copo de
água;
-
se no copo de água dissesse “adoro funk e é isso que
vamos dançar”;
-
se me dissesse “és boa como o milho”, peidava-se
e tentava pôr as culpas em mim;
-
se nesta sucessão de eventos, ele no quarto de hotel
dizer: “então, pronta para conheceres o
amor da tua vida” (indicando com o dedo para o seu orgão genital);
-
se no banho demorasse mais de 15 minutos;
-
se na ida para a Lua de Mel no avião apalpasse a
assistente de bordo;
-
e todos os outros comportamentos repetidos na lua de
Mel… Daria por mim a sufocá-lo com almofada;
Era só isto!
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