terça-feira, 28 de março de 2023

As frases motivacionais de Be U

Nunca te contentes com pouco.
Nunca te cales se achas que tens razão.
Nunca deixes alguém ser maltratado à tua frente.
Defende os teus direitos, mas com compostura.
Pensa sempre que se alguém tem algum tipo de comportamento menos bom, é porque algo vai mal.
Se queres mesmo uma coisa, luta por isso porque nada te vem parar ao colo, se não trabalhares para isso.
Pára de te queixares e vai à luta.
Não desistas, se começaste, acaba.
Nunca deixes que ninguém te diga o que podes ou não fazer.
Se é o teu sonho, não te ponhas com mimimis e vai.
Sonha alto, mas sonha.
Foca no bom.

Toda a tua vida encontrarás pessoas que não gostas, tens apenas que aprender a lidar com essas pessoas, isto quando se queixa que não gosta de um professor.

Que por ser mulher e preta terá que trabalhar muito mais vezes do que os outros, mas que nunca baixe a cabeça e que mostre o que vale.


Que dê valor aos seus avós porque um dia eles não vão cá estar e ela vai arrepender-se de não ter ido lanchar mais vezes com eles.

E que acima de tudo, que acredite em si mesma. Se acreditar, o mundo é dela!

 Estas são as frases que a minha filha mais ouve da minha boca. Muitas vezes diz-me a revirar os olhos que já sabe e blá blá blá.
Não as digo porque quero que seja perfeita, mas porque sou sua fã.
Porque faz oito a nove horas de dança por semana, acorda todos os dias dorida e vai para escola, muitas vezes sendo a primeira aula duas horas de educação física.
Porque tem ideias fantásticas e porque leva os amigos a almoçar à avó que alegra imenso o dia da minha mãe.


 Uma vez no terceiro ano, levou o cabelo afro lindo para a escola. Foi gozada durante semanas, primeiro porque era nova na turma, segundo porque apesar de morarmos na Amadora era das únicas pretinhas na aula e terceiro porque tinha uma professora horrível e pouco sensível a estes temas.
Doeu-me muito como mãe, muito mesmo. Tive que fazer um trabalho de muito amor, todos os dias antes de sair de casa, punha-a em frente ao espelho e dizia-lhe “tu és linda, tu tens uma coroa invisível”. Escrevia-lhe bilhetes, no caderno escrevi um recado à professora para ter um pouco mais de empatia uma vez que a miúda era nova na turma, tinha mudado de casa, tinha um padrasto novo. Sabem o que obtive, nada! Apenas uma assinatura. Ali percebi que tinha de lhe preparar para este tipo de gente.


E as frases começaram a surgir.

Se os acontecimentos do terceiro ano deixaram mossas? Sim, tenho a certeza. Até porque nunca mais quis usar o penteado afro. Alisa-o. Faz o que quer. Sei que um dia o vai aceitar como é, mas até lá, é o que quiser ser. Tem problemas em confiar nos outros, apesar de parecer social. Tem problemas em assumir a sua tristeza, as suas preocupações, as suas dúvidas com a sua identidade. Faz parte da idade. Sei que aqueles eventos ficaram profundamente marcados no seu íntimo. Sei que uma vez ou outra ouve coisas racistas na escola, só sei porque uma ou outra amiga em conversa deixam escapar. Está em constante aprendizagem de como lidar com isso.

A mim resta-me ser a sua plateia, a sua fã número um, a sua apoiante, mas também ser a sua disciplinadora.

Pô-la à vontade de que se quiser poderá sempre falar com alguém, um profissional para que a ajude a deitar tudo cá para fora, que a ajude a perceber que se ela quiser pode tudo.


Ensiná-la o Amor Próprio!
É a minha filha e tem catorze anos.
É indomável e adorável ao mesmo tempo. 

E quando sobe a um palco perante uma plateia de centenas de pessoas, o meu coração explode de orgulho. Ali, naquele momento, vejo-a feliz, vejo-a dançar sem medos, vejo-a a dar tudo o que tem e o que não tem. Ali, naquele momento, sei que se acreditar nela, será o que quiser ser, onde quiser e o que quiser.

 É a minha filha!

"Amo incondicionalmente a minha filha, possibilitando-lhe viver a sua própria vida e dando-lhe liberdade para explorar as suas próprias decisões e as consequências de cada uma delas, nos seus erros e acertos. Como filha, é minha. Como pessoa, não me pertence."

-Maria Almeida-

Quando ela era pequenina, ainda nem um ano tinha, em vez dos xilofones intelectuais ela adormecia com esta voz:



quarta-feira, 22 de março de 2023

O retorno de Be U, parte II

A verdade é que não escrevia desde Maio de 2021.

Caramba, parece que já foi uma vida.

Vou tentar ser breve até porque já tenho mais textos na manga, todos feitos numa semana. Imaginem, é aproveitar a inspiração.

Em Março de 2021 ainda estávamos, no vai que não vai com as medidas do Governo e todas as incertezas devido ao Covid-19, Be U e seu noivo que tinham casamento marcado para Maio, adiaram para Outubro.

Foram meses de preparação, de dieta e de tensão, de escolhas de bolo, de decoração, de refeição… Que canseira. O que vale é tendo amigos dispostos a ajudar, tudo é possível. Para não me alongar nos pormenores a vossa wannabe escritora, casou no dia que queria, em Outubro, na praia, no final da tarde, para apanhar o pôr do sol, com o vestido que tinha imaginado e com as pessoas que queria presentes, umas cinquentas pessoas. Tudo o oposto do meu primeiro casamento, com duzentos e cinquenta convidados.

Claro que como todos os noivos, tivemos alguns percalços pelo caminho, como por exemplo termos contratado um DJ, que nos passou para outro porque em Outubro também se casaria, e que por sua vez, este último passou-nos para outro colega.

Sabem aqueles animadores de Karaoke assim meio trolhas, muito bem dispostos, meio "fortinhos”, com as mãos “gorduchas” de tinta, unhas meia que sujinhas e que o seu real trabalho é trabalhar nas obras? Foi isso que nos calhou. Não tendo outra solução, arriscamos passando uma lista de músicas que queríamos que ele pusesse durante a cerimónia e com a ressalva que não pusesse reggaetons e coisas desse género.

O que realmente aconteceu foi que apenas ouvimos as músicas de entradas dos noivos e a do final da cerimónia. Para correr bem não tínhamos microfone e muitas pessoas não ouviram os nossos votos. Ficamos chateados? Nem por isso.

A Lua de Mel, aquela história de "pah não sei se me vai agradar ficar uma semana sem fazer absolutamente nada".

Esqueçam, quem puder, viva a experiência, porque vale a pena, aquelas 14 horas de avião, em que chegamos ao hotel e temos uma toalhinha húmida para nos refrescar e uns suminhos enquanto gentilmente, a nossa cicerone nos explica tudo e dá-nos o seu contacto para qualquer eventualidade.

É um luxo que acho que todo o ser humano merece, os bons, claro. Não há palavras, desde à água, ao ambiente, às pessoas que trabalham nos resorts. Uma pessoa acorda de manhã cedo e está alguém a limpar a areia, com uma pá, sempre com uma humildade desconcertante. Os peixes, a comida, o tratamento.

Agora que já vos relatei quase metade do ano de 2021, depois de regressada da lua de mel, sou confrontada com uma súbita mudança de empresa. Dois meses a trabalhar no duro, para que em Dezembro, quando fossemos para a nova empregadora, o trabalho que actualmente estávamos a fazer continuasse a ser bem feito, sem problemas. esfalfámos-nos, mas conseguimos. Se a saída foi bonita, não foi. Se deitei 20 anos à vida, deitei, se me arrependo. Não! Como se costuma dizer, fecha-se uma porta e abre-se uma janela.

Dezembro de 2021 e o ano 2022, demos tudo para que o trabalho corresse bem, para que a nova empresa se adaptasse ao nosso trabalho e muito foi compensador porque pude fazer coisas que durante 20 anos nunca me deram oportunidade para o fazer. Aprendi coisas novas, conheci pessoas novas, fui ao Dubai em trabalho, adquirindo mais conhecimento.

Acabamos o ano com o sentido de ‘job well done’.

Mas o mais importante de 2022 foi ir a Paris, ver os Coldplay, o meu amigo.

Foi emocionante, estive 20 anos à espera daquele momento. Nunca pude ir a um concerto dele ou por razões monetárias ou por qualquer outra razão. O meu maridão ofereceu o bilhete e eu encarreguei-me de comprar a passagem de avião e o hotel para um dia.

Aos que dizem que os Coldplay já não é o que era, um dedinho do meio para eles. Porque ver um concerto dos Coldplay, é viver várias emoções em duas horas.

Mais importante, no meu íntimo soube, que aquela viagem de 36 horas, foi o início de novas descobertas, como viajar sozinha para um concerto e fazer um tour numa cidade que não conheço, com uma mochila às costas e um mapa na mão.

 Que em 2023 venha mais uns dias assim, pelo menos uma viagem só eu. E venha com mais conhecimento, com mais histórias para contar e com saudades de casa.

Este texto foi apenas para vos contextualizar sobre o que aconteceu e do que tenho feito.









                                  " You didn’t go through all that for anything "









 

 

 

 

 

 

 

 

 


segunda-feira, 13 de março de 2023

O Retorno de Be U


Confessem já estavam com saudades, desta vossa amiga, não é?

Brevemente novos textos a sair.

A semana passada fui ver novamente o Ivo Canelas "Todas As Coisas Maravilhosas".

Amei novamente!

Escrevi sobre isso e aqui vai o link para se recordarem. 

https://beu77.blogspot.com/2019/10/a-tua-vida.html


Até para a semana e não se esqueçam: Be U, always!


"Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede."

Cora Coralina