quarta-feira, 22 de março de 2023

O retorno de Be U, parte II

A verdade é que não escrevia desde Maio de 2021.

Caramba, parece que já foi uma vida.

Vou tentar ser breve até porque já tenho mais textos na manga, todos feitos numa semana. Imaginem, é aproveitar a inspiração.

Em Março de 2021 ainda estávamos, no vai que não vai com as medidas do Governo e todas as incertezas devido ao Covid-19, Be U e seu noivo que tinham casamento marcado para Maio, adiaram para Outubro.

Foram meses de preparação, de dieta e de tensão, de escolhas de bolo, de decoração, de refeição… Que canseira. O que vale é tendo amigos dispostos a ajudar, tudo é possível. Para não me alongar nos pormenores a vossa wannabe escritora, casou no dia que queria, em Outubro, na praia, no final da tarde, para apanhar o pôr do sol, com o vestido que tinha imaginado e com as pessoas que queria presentes, umas cinquentas pessoas. Tudo o oposto do meu primeiro casamento, com duzentos e cinquenta convidados.

Claro que como todos os noivos, tivemos alguns percalços pelo caminho, como por exemplo termos contratado um DJ, que nos passou para outro porque em Outubro também se casaria, e que por sua vez, este último passou-nos para outro colega.

Sabem aqueles animadores de Karaoke assim meio trolhas, muito bem dispostos, meio "fortinhos”, com as mãos “gorduchas” de tinta, unhas meia que sujinhas e que o seu real trabalho é trabalhar nas obras? Foi isso que nos calhou. Não tendo outra solução, arriscamos passando uma lista de músicas que queríamos que ele pusesse durante a cerimónia e com a ressalva que não pusesse reggaetons e coisas desse género.

O que realmente aconteceu foi que apenas ouvimos as músicas de entradas dos noivos e a do final da cerimónia. Para correr bem não tínhamos microfone e muitas pessoas não ouviram os nossos votos. Ficamos chateados? Nem por isso.

A Lua de Mel, aquela história de "pah não sei se me vai agradar ficar uma semana sem fazer absolutamente nada".

Esqueçam, quem puder, viva a experiência, porque vale a pena, aquelas 14 horas de avião, em que chegamos ao hotel e temos uma toalhinha húmida para nos refrescar e uns suminhos enquanto gentilmente, a nossa cicerone nos explica tudo e dá-nos o seu contacto para qualquer eventualidade.

É um luxo que acho que todo o ser humano merece, os bons, claro. Não há palavras, desde à água, ao ambiente, às pessoas que trabalham nos resorts. Uma pessoa acorda de manhã cedo e está alguém a limpar a areia, com uma pá, sempre com uma humildade desconcertante. Os peixes, a comida, o tratamento.

Agora que já vos relatei quase metade do ano de 2021, depois de regressada da lua de mel, sou confrontada com uma súbita mudança de empresa. Dois meses a trabalhar no duro, para que em Dezembro, quando fossemos para a nova empregadora, o trabalho que actualmente estávamos a fazer continuasse a ser bem feito, sem problemas. esfalfámos-nos, mas conseguimos. Se a saída foi bonita, não foi. Se deitei 20 anos à vida, deitei, se me arrependo. Não! Como se costuma dizer, fecha-se uma porta e abre-se uma janela.

Dezembro de 2021 e o ano 2022, demos tudo para que o trabalho corresse bem, para que a nova empresa se adaptasse ao nosso trabalho e muito foi compensador porque pude fazer coisas que durante 20 anos nunca me deram oportunidade para o fazer. Aprendi coisas novas, conheci pessoas novas, fui ao Dubai em trabalho, adquirindo mais conhecimento.

Acabamos o ano com o sentido de ‘job well done’.

Mas o mais importante de 2022 foi ir a Paris, ver os Coldplay, o meu amigo.

Foi emocionante, estive 20 anos à espera daquele momento. Nunca pude ir a um concerto dele ou por razões monetárias ou por qualquer outra razão. O meu maridão ofereceu o bilhete e eu encarreguei-me de comprar a passagem de avião e o hotel para um dia.

Aos que dizem que os Coldplay já não é o que era, um dedinho do meio para eles. Porque ver um concerto dos Coldplay, é viver várias emoções em duas horas.

Mais importante, no meu íntimo soube, que aquela viagem de 36 horas, foi o início de novas descobertas, como viajar sozinha para um concerto e fazer um tour numa cidade que não conheço, com uma mochila às costas e um mapa na mão.

 Que em 2023 venha mais uns dias assim, pelo menos uma viagem só eu. E venha com mais conhecimento, com mais histórias para contar e com saudades de casa.

Este texto foi apenas para vos contextualizar sobre o que aconteceu e do que tenho feito.









                                  " You didn’t go through all that for anything "









 

 

 

 

 

 

 

 

 


Sem comentários:

Enviar um comentário