Fátima..parte I

A minha relação com a religião nestes últimos anos tem sido bastante controversa. Se por  um lado a religião que me foi imposta, a Católica, é para mim cada vez mais questionável, por outro lado a fé tem sido uma descoberta cada vez mais surpreendente.

Tenho para mim que cada um tem a sua fé: 

O que é a fé senão acreditar em algo, depositares todo a tua crença em algo, para que não percamos o nosso Norte, isso é a Fé para mim.

Uns acreditam num ou outro Deus, outros não acreditam em Deus mas acreditam cegamente na Ciência, outros na Música, outros no Desporto, etc. Cada um tem a sua fé.

A minha fé reside na minha pessoa. No que sou capaz de fazer ,do que quero fazer, no que quero ainda fazer, e tenho que acreditar em mim: “..tens de ter fé em Ti”.

Do alto dos meus 41 quero ainda fazer tanta coisa, milhares de coisas, e tenho que acreditar que pelo menos metade da lista que elaborei vou concretizar.

Portanto quando decidi nestas ultimas 3 semanas ir á Fátima, surpreendi muitas pessoas. Mas lá está, não podes querer a compreensão do Mundo, em tudo o que tu fazes, não serias livre se assim o quisesses. A minha própria mãe ficou confusa porque eu não sigo as instruções católicas em que tanto acredita.

“Mas para ir a Fátima é preciso acreditares naquilo” Não. Eu vou a Fátima como uma pessoa vai ao Tibete, vai á procura de algo..vou em busca de conhecimento pessoal. Sim, podia fazer um retiro espiritual, mas convenhamos ainda não sou madura o sufeciente para ficar dias em silêncio, ou só a pão e água, ainda não!

“É  preciso teres Fé”, concordo. Sim é, em mim, nas minhas pernas, na minha capacidade de largar o conforto do meu lar e caminhar durante 4 dias com pessoas que não conheço, dormir em pavilhões em sacos de cama, quando nunca acampei.. É preciso ter fé, que vou conseguir, porque acredito nisso.  Vou sentir-me a super mulher, mas tenho a certeza de que vou chorar, vou duvidar, vou perguntar porquê?

Mas mesmo com as minhas duvidas católicas e muitas questões a um Deus, não a aponto o dedo a quem o faça porque acreditar veemente em Deus, por nunca O questionar. Cada um é livre de acreditar no que quiser . Sei que no fim vou me emocionar e vou acender a vela é a minha meta, a minha linha de chegada.

Porque vou? Não sei bem explicar, mas há alturas em quem nos perguntamos: Onde estamos na vida? O que queremos? Às vezes para ter respostas claras é preciso distanciar-mo-nos de tudo o que nos rodeia e partir para depois voltar.

Escrevo-vos no dia anterior á minha Aventura, portanto darei seguimento a este post com os preparativos e a experiência durante e depois.

Significado de Fé:

"Fé é uma palavra que significa "confiança", "crença", "credibilidade". A fé é um sentimento de total de crença em algo ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo de evidência que comprove a veracidade da proposição em causa.

Ter fé implica uma atitude contrária à dúvida e está intimamente ligada à confiança. Em algumas situações, como problemas emocionais ou físicos, ter fé significa ter esperança de algo vai mudar de forma positiva, para melhor"

Sim, acredito no Amor!

Partilho convosco o que escrevi há uns 3 anos, quando a minha vida era uma Tinderela, para quem já leu...

O texto muito longo é a resposta a uma pergunta de uma querida amiga, que entre risadas das “histórias tinderescas” perguntou se eu ainda acreditava no amor. No dia seguinte escrevi-lhe o texto abaixo e continuo arduamente a acreditar no que escrevi, espero não fugir a esta minha essência, nunca.

3 years ago

“Sim, acredito no amor, acredito sim, mas sinto cada vez mais que para uma relação sobreviver há que haver uma predisposição dos dois lados para que isso aconteça. Acredito na cumplicidade, no entendimento, no companheirismo total. Aquela pessoa que tens vontade de contar tudo, mesmo que não seja na hora, mas contas, num café, num banho, no caminho para casa...

Haverá sempre alturas melhores, que outras, mas que essas alturas sejam sempre mais do que as piores. Que perante um problema, uma dificuldade, apesar de seres forte e saberes que aguentas, que a pessoa que está ao teu lado, também o vai ser por ti, por ele e por vocês. Acredito que é preciso ser-se forte, o outro lado ser forte, contudo também não ter medo de não o ser, mostrar a tua fragilidade e não ter medo.

Sinto falta do que mencionei? Sim, sinto, mas não me sinto infeliz por não o ter, porque o essencial para mim é estar bem, é ter paz interior.

O teu interior, a tua essência, se estás bem contigo e se essa pessoa, a que está contigo, te dá isso, se no final do dia quando voltas para casa, bem ou mal, é para aquela pessoa que queres voltar. E se eu sou essa pessoa que querem voltar a ver quando chegam a casa no final de um dia de trabalho, a mulher que põe um sorriso na cara e trabalha num mundo masculino. A mulher que às vezes está estafada, mas que como fez um compromisso com ela própria, ainda vai correr para não falhar esse compromisso para se sentir melhor com ela mesma. A mulher que quando chega a casa ainda vai ver os trabalhos da filha, vê os desenhos animados com ela durante 10 minutos e estafada ainda lhe conta uma história a pedir a todos os anjinhos para que adormeça a meio, o que não chega a acontecer. Só para quando eu encostar a cabeça na almofada pensar, não podias ter mais do que fizeste hoje, portanto eu, tenho um relacionamento comigo própria…

Não vou mentir e dizer que é fácil, chegas a um ponto da tua vida que já não é com a mesma facilidade que conheces novas pessoas, também porque não te apetece ou não fazes por isso. As tuas amigas têm a sua própria vida, os seus filhos, os seus maridos e não conseguem estar contigo e às vezes, mas só às vezes, no fim-de-semana que não tenho a criança, sobra-me tempo. E sou confrontada comigo mesma, isolada, mas não fico triste, se me apetecer vou ao cinema, porque não me custa ir ao cinema à tarde. Mato-me no ginásio ou nas corridas, ou simplesmente durmo no sofá, porque estou estafada...

Quando acordo de manhã acredito, sempre, que o dia vai ser bom, tenho de acreditar, acredito e é isso o que me faz mover todos os dias, todo o dia, todos os treinos, todas as corridas, todas as dúvidas, todas as incertezas e principalmente em mim...

Acredito que duas pessoas podem ser felizes, muito felizes se estiverem dispostos a isso, se houver vontade de ambas para assim acontecer, mas a entrega tem de ser total para mim. Acredito na sinceridade, no respeito um pelo outro e não quero menos que isso. A ter de ser é assim, respeito, sinceridade, amor, paixão, cumplicidade ou não é. Eu tenho de confiar nessa pessoa e essa pessoa tem de confiar em mim… Eu tenho que ceder porque quero e não por obrigação. E todos os dias aprendo e acredito que quando vejo casais que apesar de todas as dificuldades que a vida lhes impõe, descobrem uma forma de estarem juntos. No casal que conheço que apesar da doença e do abalo inicial da doença , ele escolhe estar lá com muita coragem, ele escolhe estar lá...Perante a doença, aquela assassina que vem e quando menos esperas… Ele escolhe estar lá, porque no fundo amar é isso, na saúde e na doença, mas por escolha, não por obrigação. Seriam raras as pessoas que ficariam numa anunciada doença no início da vida juntos, mas ele escolhe estar lá, ir às consultas com ela, fazer-lhe o jantar quando ela chega tarde do trabalho, quando ela conta aos pais a doença que tem, quando naquele primeiro momento ela lhe contou o que tinha… Isso para mim é AMOR ou no outro casal que para se verem aos fins-de-semana fazem quilómetros… Muitos...Quando seria mais fácil se não houvesse amor, dizer: “Eu este fim-de-semana fico por aqui… Não te importas pois não…”.

A ser, será assim ou não será, porque não faz mal, o importante é eu estar bem.

A minha companhia é melhor do que ficar com alguém só para ter alguém, ou só ter por causa da família ou só porque é mais cómodo. Eu tenho um feitio complicado e quem me desliude uma vez... Não consigo ultrapassar, não consigo, mói-me, sufoca-me, .até não suportar.

Não quero sobreviver, quero viver. 

Uma rua, uma foto, um livro, um restaurante, uma loja, uma novidade, um elemento novo, uma corrida, um novo sabor, uma pessoa, amigos, filha, tudo e todos. Ânsia de viver a vida!

Acima de tudo sejam felizes, porque, literalmente, não sabes o amanhã e a mim o único que me preocupa e aflige é que o amor da minha vida, me perca, ou impensável para mim que eu a perca. E nada, mas nada, é mais importante para mim, senão a minha baixinha e por ela tento ser uma pessoa melhor, por ela vou à luta, canso-me e quando olho para aqueles olhinhos lindos é impossível não ter de agradecer o caminho que segui, porque não me teria dado o que tenho hoje, sem ela tudo seria um vazio.

É preciso falar de Cristiano!

É preciso falar de Cristiano.

Não! Não vou falar se ele é melhor que Messi ou não, até porque eu não percebo por aí além de futebol para comentar seja o que for, mas convenhamos, sou portuguesa, portanto ele para mim é o melhor do mundo ponto final.  Para acrescentar nunca vi o Messi  fazer aquela maravilha do pontapé de bicicleta, aliás como uma pseudo atleta só tenho de admirar o Homem. Naturalmente há uns anos atrás não lhe achava muita piada, como pessoa, quando abria a boca...Era todo um arrepiar blahhhh. Foi-me conquistando gradualmente e admiro a forma como se aperfeiçoa: o foco, a determinação, o querer sempre Mais!

Pronto, pronto, não o vou bajular mais até porque o outro dia dissertavámos sobre as ex-namoradas do Cris. No meio da parvoíce começamos a imaginar como seria um pré-acordo de foda, sim, não nupcial, de foda de Ronaldo para qualquer encontro sexual.

O quarto:

Deverá estar imaculadamente limpo.

Batidos WHEY.

Frutas, entre as quais bananas (muitas).

Nada de itens quentes.

Deverá haver muito gelo!

Espelhos, principalmente no tecto!

Acordo:

1 - Tudo que se passará entre nós jamais em tempo algum poderá ser revelado ou os meus assessores far-te-ão tal perseguição que no fim comerás pó, porque nada terás para comer.

2 - No seguimento do alínea acima, se ainda assim quiseres praticares relações sexuais ou o amor comigo, terás que te dirigir a mim sempre como “o melhor do mundo”, nos preliminares, durante e depois, para sempre...

3 - Antes de qualquer toque sugestivo terás que primeiro dar-me banho, tomando banho de seguida. Após banho terás que me untar com óleos  para que os meus músculos fiquem bem definidos. Dessa maneira quando estiver em cima de ou em baixo de ti, poderei observar o meu magnifico corpo em frente aos espelhos com tua mão nos meus trabalhadíssimos abdominais.

4 - Deverás ter os cabelos sedosos e deverás deixar-me acaricia-los e cheira-los, fio a fio, mecha a mecha, em completo silêncio, sem qualquer pergunta, apenas deixar-me estar ali no meio dos fios do teu cabelo.

5 - Terás que estar completamente depilada, sem qualquer pelo a não ser os teus cabelos sedosos. Se encontrar um pelinho que seja terei que me retirar.

6 - Agradeço que estejas completamente nua, mas terás que me deixar calçar-te umas sapatilhas, minhas, com o símbolo CR7, claro!

7 - Não poderás nunca arranhar e “partir-me todo” e terás de fazer grande parte do trabalho uma vez que não me posso cansar.

8 - Terás sempre que elogiar o meu cabelo, afinal se eu tenho um cabelo bonito é para se dizer. Atenção, também não poderás passar-me a mão pelo cabelo porque é sensível e quero continuar a ter cabelo.

9 - Nunca poderás mencionar o tamanho do meu amiguinho. Sou sensível.

10 - Assim que praticarmos o amor, terás que deixar a minha mãe entrar. Não consigo adormecer sem o “cafoné” da minha mãe, se quiseres podes ficar.

Fim.

O que acham? Acrescentariam mais algum item?

Lisboa do meu coração.

Esta minha cidade linda, que tem uma luz especial.

Aquela luz dourada que sabe tão bem ao final de um dia trabalho.

Tenho saudades da minha Lisboa..Foram anos a trabalhar no centro da cidade, ali mesmo no Cais Sodré. Anos de infinitas histórias. Saudades de apanhar o comboio até ao Rossio e andar 15 minutos até ao Cais. De simplesmente caminhar sem rumo à hora do almoço, saudades de ir á livraria Bertrand e namorar os seus livros. Adoro aquela livraria, a sua localização o seu cheiro. O cheiro a livraria antiga.

Saudades dos dias chuvosos daqueles dias em que a azafama das aguas causam o caos em Lisboa. Mesmo a chover Lisboa tem o seu encanto, aquela imagem romântica na fonte do Rossio a chover. Passar pelo café Nicola e ver as pessoas a tomarem o seu pequeno almoço ou simplemente um café..Saudades de no final do dia, subir a Rua do Alecrim descer o Chiado, e ver turistas, pessoas que tal como eu regressavam a casa, a musica nas ruas, os artistas, o fado da Rua do Carmo, os gelados do Santini.

Tantas saudades que de vez em quando tiro um dia para com a minha filha ,  ir a Lisboa. Tal como eu adora ver as pessoas, andar pelas ruas descer até ao Terreiro do Paço e ver os barcos, olhar para a outra margem, sentar  apreciar o que se passa em redor.

Quando me perguntam olhando para mim de onde sou digo orgulhosamente de Lisboa, se voltam a insistir na pergunta respondo o mesmo, apenas acrescentando que os meus pais são de Cabo Verde.

De todo renego as minhas origens, mas sou Lisboeta de corpo e alma, aqui nasci aqui quero morrer. Aqui quero voltar depois de viajar e constatar o que constato sempre: que não nenhum lugar é como o local onde nasci. Aqui quero voltar vezes sem conta e descobrir como descubro, detalhes novos, caras novas, sítios velhos,as ruas antigas de sempre, ir ás lojas mais antigas e descobrir as novas..

Aqui é a minha casa, Lisboa do meu coração!

My Hometown